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segunda-feira, 4 de março de 2013

Noam Chomsky: As 10 estratégias para manipular as massas


“Reproduza esta informação, faça-a circular pelos meios ao seu alcance: à mão, à máquina, ao mimeógrafo, oralmente. Mande cópias aos seus amigos: nove em cada dez estarão à espera. Milhões querem ser informados. O terror baseia-se na falta de comunicação. Rompa o isolamento. Volte a sentir a satisfação moral de um ato de liberdade. Derrote o terror. Faça circular esta informação”

Noam Chomsky


1. A estratégia da Distração:

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração, que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio, ou inundação de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir o público de interessar-se por conhecimentos essenciais, nas áreas da ciência, economia, psicologia, neurobiologia e cibernética. “Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais”

2. Criar problemas e depois oferecer soluções.

Este método também é chamado “problema-reação-solução”. Cria-se um problema, uma “situação” prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou que se intensifique a violência urbana, ou se organize atentados sangrentos a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas desfavoráveis à liberdade. Ou também: criar uma crise económica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3. A estratégia da gradualidade.

Para fazer que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradualmente, a conta-gotas, por anos consecutivos. Foi dessa maneira que condições socioeconómicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que teriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4. A estratégia de diferir.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como “dolorosa e necessária”, obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais difícil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato.
Primeiro, porque o esforço não é empregue imediatamente. Depois, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que “amanhã tudo irá melhorar” e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para se habituar à ideia da mudança e aceitá-la com resignação quando chegar o momento.

5. Dirigir-se ao público como crianças.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entoação particularmente infantis, muitas vezes próximos da debilidade, como se o espetador fosse uma criança de pouca idade ou um deficiente mental. Quanto mais se tenta enganar o espetador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Porquê? “Se alguém se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em função da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como as de uma pessoa de 12 anos ou menos ”

6. Utilizar o aspeto emocional muito mais do que a reflexão.

Fazer uso do aspeto emocional é uma técnica clássica para causar um curto-circuito na análise racional e, finalmente, no sentido crítico dos indivíduos. Por outro lado, a utilização do registo emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou injetar ideias, desejos, medos e temores, compulsões ou induzir comportamentos.

7. Manter o público na ignorância e na mediocridade.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. “A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores e as classes sociais superiores seja e permaneça impossível de ser revertida por estas classes mais baixas.

8. Estimular o público a ser complacente com a mediocridade.

Levar o público a crer que é moda o ato de ser estúpido, vulgar e inculto.

9. Reforçar a autoculpabilidade.

Fazer com que o indivíduo acredite que somente ele é culpado da sua própria desgraça, por causa da insuficiência da sua inteligência, suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, em vez de se rebelar contra o sistema económico, o indivíduo auto desvaloriza-se e culpa-se a si próprio, o que gera um estado depressivo, sendo um dos efeitos a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

10. Conhecer aos indivíduos melhor do que eles mesmos se conhecem.

No decurso dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado uma crescente brecha entre os conhecimentos do público e aqueles possuídos e utilizados pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o “sistema” tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto na sua forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele se conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos, maior que o dos indivíduos sobre si mesmos.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Uma solução

       Pediste-me soluções para o problema da mulher que encontraste a chorar na empresa, só ganhava 500 euros, tinha filhos e passava fome, as despesas, a casa que tinha a pagar e todas as outras dificuldades por que passava. É verdade! Uma palavra de ânimo é uma ajuda prestável e era tudo o que podias fazer, nada mais poderia ser dito do que uma palavra amiga.
Muitas mulheres e homens passam por essas dificuldades, por este Portugal fora, e a mulher que encontraste é a uma amostra da desigualdade social que desgraça a sociedade em que vivemos, para uns ganharem 500 euros por mês, muitos andam abotoar o restante que faz falta a essa mulher.          
Não é justo que esses homens e mulheres chorem nas empresas e passem fome, não é justo que o seu trabalho não lhes chegue para matar a fome, não é justo que alguém se cale e pense que assim é que está bem, só me resta dizer que a solução está na mudança de mentalidades, no despertar, no abrir os olhos numa ânsia de tudo fecundar, querer justiça não é utopia de um sonhador, é repor a dignidade ao ser humano, é não querer que alguém passe fome e chore nos vestiários de uma empresa. Não sou revolucionário, só quero o mínimo de justiça entre os homens, e só por pedir justiça se me chamarem irrealista ou tresloucado, então, haja alguém que dê uma palavra amiga para que eu nunca possa sentir alguém a chorar e a passar fome.

7-12-2011

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Portugal e a ditadura da maioria inconsciente II

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A política foi primeiro a arte de impedir as pessoas de se intrometerem naquilo que lhes diz respeito. Em época posterior, acrescentaram-lhe a arte de forçar as pessoas a decidir sobre o que não entendem ''
Fonte: "Olhares Sobre o Mundo Moderno"
Autor: Paul  Valéry

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Portugal e a ditadura da maioria inconsciente


Nas sociedades ocidentais agiganta-se cada vez mais, uma franja significativa de indivíduos, que sem qualquer consciência politica e com um deficit de lucidez social , menospreza o ideal de justiça comunitária, ou então, não lhes interessa tal justiça, porque o capitalismo apela somente ao egoísmo individual desprezando qualquer tipo de solidariedade. Sendo o capitalismo forma intrínseca e bem adaptável á essência profunda e genética do ser humano , cimenta-se uma doutrina envolvente ,suficiente para embalar as massas populares , naquela que é a odisseia mais trágica da história da humanidade, o neoliberalismo.
Em Portugal, como em muitos outros países, as massas populares elegem os seus governantes políticos estimulados pela ignorância e pelos meios estratégicos subservientes às elites económico-financeiras, o Estado deixa de estar ao serviço dos cidadãos e converte-se no ganha-pão dos grupos privados que enriquecem monopolizando todas as formas de poder.
A democracia, assenta na ditadura das maiorias, é um facto, porém, é preferível que as maiorias sejam conscientes e bem informadas, independentemente dos sistemas partidários que venham a escolher.

“A liberdade de uma democracia não é segura se o povo tolera o crescimento de poder privado ao ponto de se tornar mais forte que o próprio Estado democrático. Isto, em essência, é fascismo – o domínio do governo por uma pessoa, por um grupo, ou qualquer poder privado de controlo.”   Franklin Delano Roosevelt

segunda-feira, 29 de março de 2010

pós modernismo, trabalho e educação

O trabalho, no pós modernismo, caracteriza-se pela atribuição á mercadoria de estética, beleza e originalidade para que o objecto se valorize e ganhe um estatuto de relevo, tornando -se assim, cada vez mais competitivo. O produto pode ser embelezado\valorizado através da introdução de novas tecnologias ou de reinvenções e misturas de modelos de diferentes épocas.
Na educação pós moderna, despreza-se a teoria , e dá-se relevância á prática , educa-se o individuo para saber fazer, escolarizando-o com competências de tecnocrata para melhor se adaptar ás novas formas económico-produtivas e ás matrizes do capitalismo actual.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

O Homem Hollywood em Andrómeda


Quando os contos de fadas são prolongados para a maior idade e recriados pelos romancetes vindos da terra do Tio Sam, gera-se um fenómeno de alienação ao nível das escolhas femininas, onde as características do modelo masculino é extraído do guião cinematográfico e milimetricamente procurado.
Em busca do Homem Hollywood, a grande saga real, esse ser terráqueo praticamente extinto, que só se encontra em Andrómeda e compete em perfeição com o Criador, está entranhado nas vísceras putrefactas das donzelas criadas nas vacarias mais refinadas da sociedade.
Como no planeta Terra o Homem Hollywood só existe nas películas cinematográficas, as donzelas em questão, estão a equacionar a deslocação das suas vacarias para Andrómeda, vão de canga na nuca, acasalar e viver o seu sonho na terra prometida, pois os homens terráqueos não satisfazem tais sublimes requisitos.
Em conferência de imprensa, o porta-voz dos homens terráqueos desejou do fundo do coração o sucesso das vacarias em terras de Andrómeda, e a felicidade de todas as mulheres que pensem embarcar nessa jornada épica, sublinhando que o sonho move montanhas, vacarias e arados. 



Destino: Andrómeda

terça-feira, 30 de junho de 2009

O carácter dos portugueses segundo Jorge Dias (1971)

A herança cultural do povo português teve influências do exterior, devido á ocupação de vários povos da peninsular ibérica, como por exemplo suevos, visigodos entre outros, sendo a religião um factor basilar na cultura portuguesa, também a expansão marítima impregnou uma substância muito própria á maneira de ser e pensar dos portugueses, através do contacto com outros povos ultramarinos.
O carácter dos portugueses está marcado essencialmente por essa herança cultural, e convém salientar aspectos comparativos como Jorge Dias fez em relação aos outros povos latinos assim como com ingleses e alemães para que a compreensão desse carácter peculiar dos portugueses seja mais evidente e conclusiva.
Como foi citado a expansão marítima portuguesa, fez com que os portugueses assimilassem as diversas culturas nativas e a receptividade foi mais humana e pacifica ao contrário dos espanhóis que primaram pelo extermínio e pela subjugação cruel. A explicação deste facto encontra-se na bondade e carácter amoroso dos portugueses, temos como exemplos a lírica de Camões que canta o amor com um sentimento empolgante e intenso, os sonetos de Flor Bela Espanca e as soluções felizes que Gil Vicente soube dar ás traições conjugais nas suas peças teatrais. O português não gosta de ver e fazer sofrer e actualmente, ainda apreciam um final feliz nos filmes, até mesmo na tourada á portuguesa o touro não morre e vem embolado para não ferir cavalos e toureiros, ao invés, na Espanha o touro é morto em plena arena para delírio dos espectadores.
A chave da colonização portuguesa assenta na simpatia humana e na sua capacidade de assimilação de culturas diferentes fazendo com que o português se adaptasse com relativa facilidade, não repugnou as raças colonizadas pelo contrário miscigenou-se com elas, a título de exemplo; Camões apaixonou-se por uma escrava e escreveu-lhe poesias de amor sentido, o fidalgo D. João de Meneses escreveu um vilancete a uma escrava porque quem sentia grande paixão, ao contrário de subjugar a escrava para a levar a ceder aos seus caprichos, escrevia-lhe poesia. Jorge dias relata que ao folhear um livro de registos de casamentos de portugueses no consulado de Berlim, constatou um elevado número de portugueses casados com alemãs, brasileiras, italianas, francesas e espanholas, concluindo que o português gosta de mulheres de todas as raças. Os portugueses nunca duvidaram da essência humana dos nativos das terras colonizadas, casaram amaram e tiveram filhos, que reconheceram como tal, independentemente da cor e da raças das mães, no entanto, alguns países hoje, ditos como civilizados ignoraram essa essência humana dos nativos e pensavam que os podiam exterminar.
O português é um sonhador, alimenta-se da imaginação e do sonho mas também um homem de acção, não deixando ser pratico e realista, não sendo homem de grandes reflexões é mais idealista e por essa razão não se entende com o abstracto e com grandes ideias que ultrapassam o sentido humano, daí não existirem grandes filósofos e místicos de renome. Falta-lhe o sentido capitalista, pois os tesouros vindos das colónias iam parar aos Ingleses e holandeses, povos mais práticos e com mais sentido de produtividade capitalista, souberam traficar mas não tinham a arte de dar continuidade á riqueza.
A matriz do carácter do português não apresenta fraqueza nem cobardia, ele não é vingativo, e não gosta de soluções que tenham um desfecho trágico, no entanto, quando a sua honra está em causa pode ser cruel e leva-lo a terríveis lutas sangrentas, acontecem por vezes rixas entre vizinhos e amigos mas os homicídios perversos são raros, o mesmo não acontece no norte da Europa onde existem assassínios em série, e psicopatas que com requintes de malvadez trucidam as suas vitimas.

Actualmente, a matriz identitária do carácter dos portugueses está ameaçada, pela globalização anglo-saxónica especialmente pela influência dos Estados Unidos, a perspectiva do enriquecimento fácil a preocupação de conquistar mercados a todo o custo com a intenção de vender o seus produtos, o objectivo de aumentar o poder de compra dos povos, incute assim a necessidade aos indivíduos de adquirir produtos que não têm necessidade. Tudo gira em volta da importância do dinheiro, os valores morais vão se esmorecendo, porque o dinheiro acima de tudo é quem mais ordena. Para o português o coração era a medidas de todas as coisas, mas com esta globalização estado unidense o temperamento cordial dos portugueses vai sendo substituído pela boçalidade e pela estupidificação.

Bibliografia:

DIAS, Jorge (1971) - Estudos de carácter nacional português / por Jorge Dias.- Lisboa : Centro de Estudos de Antropologia Cultural, 1971.- 49 p.; 24 cm.- (Estudos de antropologia cultural 7).- Contém: I. Os elementos fundamentais da cultura portuguesa; II. O carácter nacional português na presente conjuntura Etnopsicologia - Portugal / Identidade nacional - Portugal /Sociologia cultural - Portugal /